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Instituto Desenvolve Pecuária realiza campanha de arrecadação para vítimas das enchentes no RS

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O Instituto Desenvolve Pecuária se solidariza com a situação das cidades atingidas pelas enchentes e se coloca à disposição para arrecadaçao de doações que serão direcionadas aos municípios mais afetados através da Defesa Civil.

Estamos coletando qualquer valor por meio do nosso Pix, o qual será encaminhado aos responsáveis para que providenciem o que as cidades estiverem mais precisando.

 

PIX CNPJ: 42.510.117/0001-65

Pecuaristas iniciam venda de terneiros da safra após temporada com preço estável

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Com o período de desmama se encaminhando para o fim em alguns criatórios no Rio Grande do Sul, teve início a comercialização de terneiros da safra. Já embarcaram para fora do país mais de 25 mil terneiros, em 2024. Outros 13 mil embarcaram esta semana para a Turquia e ainda há novo carregamento para ser feito com 28 mil terneiros para a próxima semana. O preço pago ao produtor gaúcho se mantém estável há cerca de 45 dias, em R$ 10,00 o quilo, e deve ser balizador para os negócios de terneiros inteiros a serem exportados.

O presidente da Comissão de Relacionamento com o Mercado do Instituto Desenvolve Pecuária, José Pedro Crespo, explica que, além da Turquia, Egito e Líbano devem adquirir animais produzidos no Estado. Os primeiros terneiros comercializados pesam entre 180 quilos e 250 quilos. Crespo também ressalta que nos leilões, tem se observado este mesmo comportamento de  preços com oferta e demanda equilibradas. “O preço do boi gordo que estabelece a capacidade ou disposição de reposição do invernador, num histórico em que o preço do terneiro varia de 10% a 20% acima do preço do boi gordo aqui no Rio Grande do Sul”, destaca.

No que se refere a recria e terminação, Crespo conta que outro fator que influencia o interesse dos pecuaristas é a qualidade e disponibilidade forrageira das pastagens de inverno, que este ano sofreram pelo atraso da implantação das lavouras de verão em função do excesso de chuvas e preços elevados das sementes de azevem e aveia. “Considerando estes fatores, podemos ter uma perspectiva de liquidez na comercialização da safra de terneiros, onde fatores como o câmbio, que interfere diretamente no negócio das exportações, e o preço do boi, subindo com a aproximação do período de entressafra, podem influenciar positivamente o mercado de terneiros desde que a exportação se mantenha com boa demanda”, avalia o dirigente do Instituto Desenvolve Pecuária.

Para José Pedro Crespo, a rastreabilidade e a criação do Instituto Gaúcho da Carne são fatores de extrema importância para a valorização do produto dos pecuaristas: a carne gaúcha. “É quando teremos melhores condições para agregarmos valor à nossa produção”, finaliza.

Foto: Eduardo Marcanth Rosso/Divulgação
Texto: Ieda Risco/AgroEffective

Antonia Scalzilli assume a presidência do Instituto Desenvolve Pecuária

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Foi em votação online com seus associados que o Instituto Desenvolve Pecuária elegeu por aclamação a nova diretoria para o triênio 2024/2027. A criadora Antonia Scalzilli e o criador Ivan Faria assumiram como presidente e vice-presidente da entidade, que completa três anos neste mês de abril. Os dois estiveram à frente das comissões de Crimes Rurais e de Relacionamento com o Mercado, respectivamente, na gestão anterior. Também fazem parte da diretoria executiva Fernanda Brum como diretora administrativa e Morgana Dalpiaz, como diretora financeira.

Advogada e criadora de Angus e Brangus em propriedades em Bagé e Cacequi, Antonia Scalzilli pautou sua atuação junto ao Instituto na defesa da criação de políticas públicas efetivamente voltadas para a segurança do homem e da mulher do campo. Por isso, considera que assumir a presidência da entidade é um grande desafio, pois agregará a pauta específica da segurança a temas mais abrangentes e igualmente relevantes. “Quando comecei a fazer parte do instituto, me encantei e me identifiquei muito com os valores das pessoas que ali estavam, a maneira como o instituto foi criado, através de produtores rurais de ponta, pessoas que não se acomodam dentro de suas propriedades simplesmente olhando para as tribulações, que vão atrás de resolver as problemáticas; isso me move e me fez querer fazer parte”, justificou. Antonia disse que recebe o Instituto, que já nasceu forte, pronto para um novo momento. “Precisamos trabalhar de forma ativa, com protagonismo. A nossa voz deve ecoar para fora das nossas porteiras. Temos que nos unir, e, juntos, buscarmos resolver as adversidades que são comuns a nós, pecuaristas. Estar à frente de uma instituição significa estar sensível ao que aflige seus membros. A pecuária gaúcha necessita voltar ao pódio”, anunciou a nova dirigente.

À frente do Instituto desde sua criação, Luis Felipe Barros usa a palavra “provocar” para resumir três anos de trabalho em prol da pecuária gaúcha. “A gente conseguiu acessos institucionais muito importantes, tivemos o mérito de fazer uma gestão que teve muitos relacionamentos institucionais, então obviamente a gente se apoiou muito em instituições sólidas como Farsul, Febrac, Federasul, entre outras”, disse o ex-presidente. Barros ressaltou, ainda que, nestes três primeiros anos, foi possível ver o desenvolvimento do Instituto em melhorar os eventos, as entregas aos associados e em provocar as questões pecuárias. “Esse foi o grande mote: provocar. Nós provocamos muitas mudanças, provocamos, inclusive, a necessidade de se falar no Instituto Gaúcho da Carne. Fomos incansáveis em termos de provocar todos os players importantes da pecuária gaúcha”, avaliou Barros.

Sobre o começo da instituição, Luis Felipe Barros contou que foi um desafio legalizar um grupo de WhatsApp constituído por 200 pessoas que aos poucos entenderam que o Instituto estava sendo visto. O ex-dirigente lembrou que tudo iniciou para defender os interesses do grupo original, mas que foi se tornando voz para a pecuária, com a procura cada vez maior pela imprensa e por pessoas de dentro das universidades. “Essa gestão começa reenergizada, mas com outros desafios. O Instituto tem que virar uma Ocip para poder ter projetos e captar verbas, porque sem verba a gente não consegue evoluir os projetos e também não pode ficar sendo apenas uma entidade provocativa”, afirmou Barros. Ele destacou que a nova presidente é uma pessoa extremamente qualificada, que já tem traquejo e habilidades políticas para isso.

Foto: Divulgação
Texto: Ieda Risco/AgroEffective

Valorização da carne gaúcha entra em segunda etapa de campanha educativa

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Desde o ano passado, o Instituto Desenvolve Pecuária, com apoio de diferentes representantes da cadeia da carne bovina do Rio Grande do Sul, estimula o consumidor gaúcho a buscar, na embalagem do produto que adquire nas gôndolas, informações sobre a origem daquela carne. Com o slogan “De onde a carne vem, no verso da embalagem tem”, a campanha entra, agora, numa segunda etapa. Serão vídeos de depoimentos sobre a carne produzida no Estado.

A conselheira do Desenvolve Pecuária e coordenadora da campanha, Viviana Sperotto, conta que esta etapa da campanha será composta por vídeos em forma de depoimento de dez convidados especiais entre chefs, assadores e representantes da produção, indústria e varejo. “Nesta campanha, o instituto fez o convite para diversas pessoas que trabalham nesta cadeia produtiva, que estão relacionadas de certa forma com o incentivo ao consumo, a darem um depoimento, darem uma dica, a estarem presentes nesta divulgação do slogan, que é De onde a Carne Vem, no Verso da Embalagem Tem”,  O primeiro vídeo é estrelado pelo assador Marcelo Bolinha. A churrasqueira Clarice Chwartzmann, pioneira no assado, também participa da campanha com sua palavra sobre a escolha das carnes.

Viviana ressalta que o Instituto quer valorizar a economia gaúcha. “A cadeia produtiva da carne engloba diversos profissionais, diversas áreas de atuação, desde o manejo na fazenda, da genética, das boas práticas, o abate, a questão da agroindústria, do processamento, comercialização até chegar ao consumidor e isso envolve muitas pessoas que estão relacionadas a este processo”, detalha. Ela complementa que a valorização da carne gaúcha é acreditar que se trata de um processo de produção importante para a economia do Estado e das famílias.

Foto: Divulgação
Texto: Ieda Risco/AgroEffective

Construção de mais açudes é fundamental para aumentar produtividade de pastagens e grãos

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O Instituto Desenvolve Pecuária promoveu nesta terça-feira, 26 de março, mais uma live Prosa de Pecuária. O tema foi Água Vetor de Desenvolvimento, com a participação do geólogo, economista e ex-secretário estadual de Irrigação, Rogério Ortiz  Porto. Ele também presidiu o Instituto Riograndense do Arroz (Irga) entre os anos de 1996 e 1998, entre outras qualificações. Também participou da live o vice-presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Paulo Costa Ebbesen. Na abertura, Ebbesen destacou a água como um vetor de desenvolvimento fundamental, principalmente num Estado com agropecuária forte como o Rio Grande do Sul.

Na apresentação, Porto iniciou falando sobre sua relação há décadas com a agropecuária. Na sequência, mostrou em uma série de gráficos a instabilidade da produção de soja e milho nos últimos 50 anos e a consequente necessidade de um programa efetivo de irrigação para o Estado. Os gráficos revelaram variações de produtividade em décadas em função de fatores climáticos, o que acabou comprometendo a competitividade no mercado. “Então, a solução mágica qual é? adotar a Irrigação. Irrigação é uma técnica de produção que tem que ser praticada, desde que ela apresente vantagens ao produtor, à economia e ao Estado”, ponderou. Porém nos anos considerados bons, segundo Porto, tanto no milho quanto na soja, a produtividade média no Rio Grande do Sul foi maior do que no Brasil. “Isso significa o que? Significa que os produtores agrícolas do Rio Grande do Sul em milho e soja são produtores que introduzem técnicas corretas, sementes adequadas, processos e tecnologias corretas e em escalas adequadas”,  concluiu. E ressaltou ainda: “onde não existe queda de produtividade? no arroz, que é irrigado”, observou. Segundo Porto, as pequenas quebras de safra no arroz ocorrem por fatores aleatórios como chuva de granizo, ou uma frente fria em pleno verão, por exemplo.

Com relação à pecuária, Porto observou que a seca e incêndios espontâneos nos últimos três anos devido às altas temperaturas criaram dificuldades no Rio Grande do Sul. “Esses incêndios espontâneos afetam o solo, vegetação natural e animais. Uma das formas de preservar essas áreas é umedecer o solo por meio de açudes”, orientou. Porto chamou a atenção ainda para a enorme densidade hidrográfica do Rio Grande do Sul. O estado tem a terceira  maior disponibilidade de água superficial do país, atrás de Mato Grosso e Amazônia. “Ora, se nós temos 15% da água total do mundo no Brasil, a terceira maior oferta de águas superficiais do país no Rio Grande do Sul, com um território menor, estamos muito bem dotados”, comparou. Porto ressaltou que a principal fonte de água doce são os oceanos, de onde a água evapora, é transportada pelas nuvens, precipita sob a forma de chuva e retorna aos oceanos através da evaporação.

Porto deixou claro que não é necessário agredir o meio ambiente, mas torná-lo sadio através do acúmulo de água em pequenos reservatórios. Neste sentido, lembrou que chegou a mapear algumas alternativas de acumulação de água na região norte gaúcha, chegando a totalizar 24,94 mil pontos mapeados atualmente no Rio Grande do Sul. “E nós estamos com uma porcentagem muito pequena do Estado feita até agora. Então, nós temos um universo fantástico pra trabalhar. Mas existem muitas restrições ambientalistas por causa dos peixes migratórios “, concluiu. A solução, apontou Porto, seria um compromisso de repovoar os rios em áreas de restrição onde se fizessem empreendimentos.

Foto: Divulgação
Texto: Artur Chagas/AgroEffective

Fórum da Carne debate pecuária sustentável e uso da Comunicação no crescimento da atividade

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O Instituto Desenvolve Pecuária promoveu nesta terça-feira, 5 de março, o 2º Fórum da Carne Bovina, dentro da programação da Expodireto Cotrijal. O evento ocorreu no Auditório da Produção, no parque onde acontece a feira em Não-Me-Toque (RS). Na abertura, o presidente do Desenvolve Pecuária, Luis Felipe Barros, informou que este é o último evento público no qual participa como presidente do Instituto, após 3 anos de mandato.

Barros lembrou da importância de mais uma vez trazer na Expodireto Cotrijal a pecuária do Rio Grande do Sul. Enfatizou que a pecuária gaúcha foi esquecida por muitos anos, dando como exemplo que hoje o Rio Grande do Sul é o oitavo estado do país em abates. Segundo ele, isso ocorre porque a pecuária não está sendo cuidada como deveria. Barros ressaltou que o mérito do Desenvolve Pecuária tem sido trazer esse assunto para os fóruns adequados como a Expodireto.

Recordou que a pecuária gaúcha teve, em 2023, uma queda de 50% no preço do boi gordo e que 53% da carne consumida no Rio Grande do Sul vem de outros estados. ”Não é por outro motivo que entre os dez maiores municípios gaúchos produtores de soja muitos estejam na Fronteira Oeste, onde antes a principal atividade era a pecuária, como em Rosário do Sul, São Gabriel, Dom Pedrito e Santana do Livramento”, destacou.

O primeiro palestrante do Fórum foi o engenheiro agrônomo Pedro Albuquerque, que falou sobre “O Papel da Pecuária na Estabilidade dos Sistemas de Produção”. Comentou sobre a integração lavoura-pecuária e discorreu sobre o papel da pecuária, principalmente a de corte, mas também a de leite, bem como o papel do gado na estabilidade para o sistema de produção em áreas de soja, ou em áreas de outras culturas, e como a inserção do animal em área de pastagem é capaz de agir no sentido de reduzir riscos e trazer estabilidade ao sistema. “O principal gargalo, eu diria, são algumas barreiras que foram criadas por muitos anos, além do manejo inadequado, se espalharam como mitos que precisam ser quebrados”, destacou.

Neste sentido, Albuquerque ressaltou que a ideia hoje é superar esses paradigmas e mostrar o que as pesquisas têm proporcionado, o que os produtores têm feito de diferente no sentido de sucesso na integração entre lavoura e pecuária como, por exemplo, o correto manejo do pastoreio. “A gente trabalha com animais e dependendo de como são manejados vão ter um determinado desempenho e também vão impactar o sistema de alguma forma”, ponderou.

O segundo palestrante foi o Técnico Agropecuário Roberto Calza, que abordou o tema “Programas para Carnes de Qualidade: Uma Alternativa para Indústria e Produtor; o Case Cotripal”. Calza ressaltou a pertinência do fórum e destacou o espaço dado pela Expodireto Cotrijal para a pecuária de corte, “atividade de extrema importância para a economia da propriedade, da região, e do Estado movimentando bilhões de reais”. Sobre o Case Cotripal, o palestrante ressaltou que trabalha há 40 anos com frigorífico e desenvolveu ao longo do tempo programas para a carne de qualidade, onde conseguiu agregar valor ao produto, remunerar melhor o produtor e assim beneficiar toda a cadeia da pecuária. “A integração lavoura pecuária, por exemplo, vem se disseminando cada  vez mais e é uma técnica muito utilizada, mas que ainda demanda mais debate para que mais produtores tenham acesso, visto que a atividade traz benefícios como geração de renda ao produtor e potencialização das culturas”, finalizou.

O terceiro palestrante foi o produtor rural, agricultor e pecuarista Emerson Schaedler que falou sobre o tema “Programas para Carnes de Qualidade: Uma Alternativa para Indústria e Produtor”. Schaedler abordou o que é feito na sua fazenda, o que vem dando certo e os bons resultados obtidos, assim como o rendimento que vem conseguindo junto à criação de Angus. “Na nossa propriedade, nós não fazemos safrinha, após o  milho colocamos pastagens para alimentar o gado, o que se torna mais rentável”, explicou. Com relação ao sucesso na criação de Angus, referiu que a precocidade da raça, no sentido de uma carne de mais qualidade, e a rapidez de engorda são as principais vantagens.

Por fim falou o palestrante José Luiz Tejon Mejido. O tema foi “A Comunicação como Instrumento de Crescimento da Agropecuária no Brasil”. Tejon, entre outras graduações, é Doutor em Educação pela Universidad de La Empresa/Uruguai. Ele destacou a importância de abordar a Comunicação junto à pecuária, uma vez que a Ciência e a Tecnologia avançam em grande velocidade e a Comunicação cresce em importância como condutora dessas inovações. “Comunicação não só nas aulas, não só como professor e aluno, mas também a Comunicação pelo rádio, pelo jornal, pela internet, televisão, Comunicação científica e tecnológica é fundamental nos dias de hoje”, destacou.

O professor questionou como estão hoje os hábitos do consumidor em relação ao consumo de proteína animal e, especificamente, da carne bovina. “E aí eu vejo que precisamos de um trabalho mais forte para aumentar o consumo de carne vermelha, que tem caído muito”, observou. Tejon defendeu que houve uma perda de hábito, principalmente nas classes mais baixas, de comer cortes mais baratos de carne vermelha como miúdos, carne moída e fígado, entre outros. “Então essa mudança, eu diria, no marketing da carne vermelha fez com que ela ganhasse destaque junto aos cortes mais nobres.  O professor rechaçou a hipótese de a carne bovina ter se afastado das classes mais baixas por uma questão econômica: “Eu era pobre quando criança e comia miúdos de boi, era hábito e isso era incentivado como uma coisa fácil e acessível de preparar, eu acho que essa comunicação está faltando agora no caso do consumo da carne vermelha,” concluiu.

Fotos: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective
Texto: Artur Chagas e Fernando Teixeira/AgroEffective

A urgente criação do Instituto Gaúcho da Carne

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Por Luis Felipe Barros, presidente do Instituto Desenvolve Pecuária*

No século 16, os jesuítas cruzam da margem direita para esquerda do Rio Uruguai, iniciando a atividade pecuária no Estado, a ponto de serem criadas as vacarias do mar e, posteriormente, a vacaria dos pinhais. Este pequeno introito é só para alertar o leitor de que a pecuária é uma das primeiras atividades econômicas que foram desenvolvidas no Estado.

Como uma das principais atividades econômicas do RS, remontando ao seu “nascimento”, propulsora por longas décadas do impulsionamento econômico da nossa sociedade, caminhou largamente de protagonista econômica para uma simples figura coadjuvante?

Em termos de tamanho de rebanho, somos o oitavo em nível Brasil (perdemos até para Bahia), já em volume de abate, estamos na oitava posição, e, para piorar, municípios que possuíam a pecuária como atividade principal, como Dom Pedrito, São Gabriel, Santana do Livramento e Rosário do Sul, atualmente estão entre os 10 maiores municípios produtores de soja, segundo dados da Radiografia Agropecuária 2023, ou seja, a tendência é de seguir a redução de rebanho e abate.

Precisamos urgentemente promover uma retomada. A pergunta que não quer calar: quem vai assumir as rédeas desta retomada? Nosso gado mais se assemelha ao do Uruguai e da Argentina do que propriamente ao do Brasil central, nossa carne é reconhecida como de qualidade, somos livres de vacinação de febre aftosa, nossos animais são proeminentemente britânicos, enfim, podemos fazer uma vasta lista de qualidades e diferenciações.

O Instituto Desenvolve Pecuária clama pela criação de uma instituição que possa pensar a pecuária gaúcha 24 horas por dia. Estados da federação que conseguiram evoluir nessa atividade possuem entidades que são o fiel da balança entre os elos da cadeia e também promovem a carne dos seus respectivos Estados.

Com efeito, não podemos seguir como espectadores atônitos, omissos, quietos e covardes, olhando a atividade pecuária minguar ano a ano. Precisamos urgentemente da união de todas as instituições e, inclusive, do governo do Estado para criarmos um órgão que seja capaz de emprestar toda a atenção que a atividade pecuária exige, senão, o futuro é certo, seremos somente exportadores de genética. É isso que você quer?

 

Publicado originalmente na edição de 5 de março de 2024 no jornal Zero Hora

Segundo Fórum da Carne Bovina vai debater tecnologia e mercado futuro para o setor

By Eventos, Notícias
O Instituto Desenvolve Pecuária, juntamente com a Cotrijal e Cotripal, vão promover o Segundo Fórum da Carne Bovina, dentro da programação da Expodireto Cotrijal. A feira ocorrerá entre os dias 4 e 8 de março, em Não-Me-Toque (RS). A Expodireto Cotrijal é uma das maiores feiras do agronegócio, focada em tecnologia e negócios. O tema do Segundo Fórum da Carne será “Tecnologia, Mercado e Cultura da Carne – Conexões para o Futuro da Carne no Rio Grande do Sul”. O fórum ocorrerá no dia 5 de março a partir das 13h30min no auditório da produção e contará com três palestras.

Na primeira, Pedro Albuquerque falará sobre o tema “Papel da Pecuária na Estabilidade dos Sistemas de Produção em Áreas de Soja”. Ele é engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com doutorado e pós-doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Albuquerque tem experiência nas áreas de ecologia do pastejo, manejo de pastagens e integração lavoura-pecuária.

A segunda palestra abordará o tema “Programas para Carnes de Qualidade: o Case Cotripal”. Irão palestrar o gerente no Frigorífico da Cotripal, Roberto Calza, e o produtor rural, agricultor e pecuarista Emerson Peukert Schaedler. Calza é Técnico Agropecuário, graduado em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com MBA em Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pós graduando em Gestão de Inovação em Organizações Cooperativas pela Escola Superior do Cooperativismo ( ESCOOP). Schaedler é sócio proprietário da Fazenda Bela Vista e do Haras Santa Juvita, localizados em Boa Vista do Cadeado. Entre as distinções, Schaedler foi campeão por 2 anos consecutivos da Liga i2X de produtividade de soja em área de ILP e premiado no ano de 2022 pela Associação Brasileira de Angus na modalidade “Produtor Revelação”.

A terceira palestra terá como tema “A Comunicação como Instrumento de Crescimento da Agropecuária no Brasil. O palestrante é o professor José Luiz Tejon Megido, Doutor em Educação pela Universidad de La Empresa/Uruguai, Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie, é jornalista, publicitário, com especialização em Harvard, Pace University e MIT – USA e Insead – França. Tejon também é Coordenador Acadêmico do Master Science Food & Agribusiness Management da Audencia Business School em Nantes/França, Coordenador do Agribusiness Center da Fecap em São Paulo, professor convidado FIA/USP e Insper.

O presidente da Comissão de Relacionamentos Institucionais e Comerciais do Instituto Desenvolve Pecuária, João Gaspar de Almeida, ressaltou a qualidade dos palestrantes e a importância de discutir a pecuária do Rio Grande do Sul. “O Instituto Desenvolve Pecuária se sente orgulhoso de poder contribuir nesse debate numa feira tão importante como a Expodireto e discutir a pecuária na Metade Norte gaúcha”, concluiu.

O Segundo Fórum da Carne é uma parceria do Instituto Desenvolve Pecuária com a Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cotrijal) e a Cotripal Agropecuária Cooperativa, com o apoio da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS).

Texto: Artur Chagas/AgroEffective

Pecuaristas defendem criação de instituto na 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz

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A criação de um instituto gaúcho de promoção da pecuária e da carne foi tema de debate nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, na 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. O encontro, promovido pelo Instituto Desenvolve Pecuária e pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), foi realizado no estande do Universo Pecuária e contou com apoio da SIA – Serviço de Inteligência em Agronegócios.

O diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, foi o primeiro a fazer uso da palavra. Ele destacou que é importante mudar e organizar o setor da carne no Rio Grande do Sul. “O que se busca é mostrar um pouco do que a Federarroz fez, como o arroz se organizou, esta cadeia que era desorganizada e vinha sempre com dificuldade para encontrar a sustentabilidade econômica, para que a carne possa se espelhar”, disse o dirigente.

O secretário-adjunto da Agricultura, Márcio Madalena, disse que não há uma posição definida pelo governo do estado com relação à criação do Instituto Gaúcho da Carne. “Nós somos parceiros para todos os tipos de discussão, mas acreditamos que deve-se amadurecer este debate com todos os elos possíveis do setor. É fundamental isso. O estado não tem a pretensão de impor nada e muito menos de criar algo e impor esta estrutura aos produtores”, afirmou Madalena. Ele complementou que o único interesse é de entender a ideia de grande parte dos produtores com relação à criação do instituto.

O presidente da Comissão de Relacionamento com o Mercado do Instituto Desenvolve Pecuária, Ivan Faria, relatou que o trabalho de construção do Instituto Gaúcho da Carne se intensificou com debates sobre as iniciativas de sucesso do Uruguai e Mato Grosso. Ele destacou a importância de ter um posicionamento diferenciado da carne gaúcha, que diferentemente do grosso da produção nacional, baseada em zebuínos, a gaúcha é mormente em cima das raças britânicas. “Além da necessidade de chegar a mercados onde as carnes britânicas estão bem colocadas e bem remuneradas, que vai trazer um melhor rendimento ao nosso produtor, é importante a formação do instituto, com uma executiva trabalhando em prol da pecuária, a exemplo da nossa anfitriã, a Federarroz”, afirmou. Faria complementou, dizendo que se sentia em casa, visto que quase todo arrozeiro é também pecuarista, ao fazer a defesa da criação do Instituto Gaúcho da Carne.

Texto: Ieda Risco/AgroEffective
Foto: Paulo Rossi/Divulgação

Instagram é termômetro para medir a qualidade da carne, segundo especialista

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A definição de carne de qualidade e como ela é vista pelo mundo foram temas apresentados pelo convidado do primeiro ‘Prosa de Pecuária’ de 2024, transmitido ao vivo, na terça-feira, 30 de janeiro, pelo canal do YouTube do Instituto Desenvolve Pecuária. André de Salles Madruga, produtor rural e sommelier de carnes, fez uma viagem por alguns países de forte pecuária, contando qual a característica da produção e o que algumas marcas de carnes premium destacam para seus consumidores.

Na abertura de sua fala, Madruga explicou que o consumidor médio entende que uma carne é de qualidade quando ela é macia. Já para o produtor, qualidade é uma composição de características como diminuição do abate, idade, maior participação de raças britânicas, padronização, acabamento de carcaça, produtividade e constância de entrega. ‘São dois caminhos, ou assumimos que qualidade de carne é maciez ou entendemos que podemos apresentar outras formas de diferenciar o consumo da carne, mas que serão mais caras e antagônicas aos interesses dos elos da cadeia’, provocou o especialista.

Na sequência, mostrou como o produtor argentino mede a qualidade da sua carne, produzida com alto grau de confinamento, abate animais muito jovens com muito bom acabamento e termina velozmente. ‘É uma carne muito suave, muito suculenta, com presença de marmoreio apesar da idade e agrada ao paladar feminino’, afirmou. André Madruga também falou sobre marcas de carne daquele país e de um espaço de venda de carnes de qualidade, cujos proprietários são sommeliers.

O segundo país descrito foi o Uruguai, que leva animais pesados para o abate e cerca de 30% dos animais abatidos são oriundos de confinamento. ‘É uma carne com memória afetiva para os gaúchos, pois são animais que já existiram no Rio Grande do Sul’, detalhou. Ao citar marcas, ressaltou a Ganaderas Barracas, que possui diversas certificações, inclusive de carbono neutro e que comercializa para o mercado suíço e coreano. ‘Passam por testes que certificam serem carnes produzidas a pasto, por exigência dos compradores’, explicou, ressaltando que Uruguai apresenta carnes com informações fidedignas, inclusive nutricionais.

Os Estados Unidos também foram citados como um país que abate animais muito pesados, com mais de 300 quilos padronizados e que fazem uso de hormônios. Os estadunidenses dão importância ao marmoreio e penalizam o produtor quando a gordura subcutânea é alta. Já com relação à Europa, André mostrou que a Espanha também mata animais pesados, Ressaltou que os espanhóis dão uma apresentação de carne premium a vacas velhas, diferente dos brasileiros que as consideram de segunda linha.

Sobre o Brasil, o especialista mostrou carnes de qualidade de animais nelore, produzidos no sudeste, onde produtores usam até ultrassonografia para verificar o marmoreio. Destacou que propositalmente não apresentou marcas de carnes de qualidade gaúchas, pois está acompanhando, juntamente com o Instituto Desenvolve Pecuária, a formatação de um concurso de carnes às cegas que será realizado em Porto Alegre. ‘A nossa proposta é identificar as melhores carnes do Rio Grande do Sul, premiá-las com medalhas que irão circular em seus pacotes e o consumidor assim as vão identificar como carnes de qualidade’, explicou.

Para finalizar, André Madruga voltou ao tema inicial da live, ‘A qualidade da carne no mundo e o Instagram’, para falar que a rede social é um termômetro para medir qualidade. ‘O consumidor nos dá este feedback automaticamente, pois quando ele está com orgulho do que ele está consumindo, quando ele publica a foto da sua carne antes mesmo de consumi-la, ele está nos dando esse feedback fabuloso que é quando temos que olhar com mais atenção’, afirmou. Ele concluiu dizendo que carne hoje é um produto desejado, é motivo de orgulho, é motivo de satisfação pessoal.

Texto: Ieda Risco/AgroEffective