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agronegócio

Futuro do mercado da carne será tema de fórum na Expointer

By Eventos, Notícias

A programação do Instituto Desenvolve Pecuária na Expointer 2022 contará com o painel “O futuro da Pecuária”, que vai trazer importantes nomes como do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e da zootecnista de São Paulo, Andréa Mesquita, CEO do Território da Carne. Será no dia 1º de setembro, quinta-feira, no auditório da Federacite, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). Também acontecerá uma Mesa Redonda com associados da entidade, Ivan Faria, Celso Jaloto e Gabriel Fernandes, que falarão sobre as suas atividades no setor agropecuário.

O dirigente do Desenvolve Pecuária, João Ghaspar de Almeida, destaca que o objetivo do evento é abordar a pecuária do futuro. “E é exatamente sobre o futuro do mercado da carne  que Andréa Mesquita, que também participa do projeto Universo da Carne, vai falar. Já o ex-ministro Roberto Rodrigues vai situar a pecuária dentro do futuro do agro brasileiro”, informa o dirigente.

Na Mesa Redonda sobre o Projeto Desenvolve Pecuária, três associados da entidade, que hoje soma no total 224, vão apresentar o trabalho que está dando certo. “Queremos mostrar exemplos, valores nossos, que exercem com excelência diferentes tipos de atividades na pecuária. A nossa ideia sempre é trabalhar com informação”, afirma.

Ivan Faria, de Arroio Grande, vai falar sobre as atividades que realiza como semi-confinamento e integração lavoura pecuária. Celso Jaloto, de São Gabriel, abordará a sua atuação na venda de  genética de gado europeu, que ocorre há muitos anos, para outros estados brasileiros, além do remate que realiza anualmente em Minas Gerais com as raças Hereford e Braford. E Gabriel Fernandes, que se apresentou no Mosaico do Agronegócio ocorrido em Gramado, vai mostrar a sua experiência na integração lavoura pecuária, tanto na parte de grãos quanto de pecuária entre bovinos e bubalinos.

A programação começa às 8h30min e seguirá até o final da manhã. O evento poderá ser acompanhado também pelo canal de Youtube do Desenvolve Pecuária no endereço www.youtube.com/desenvolvepecuaria.

Pecuaristas gaúchos buscam exemplo uruguaio para organização da cadeia

By Notícias

Um grupo de trabalho constituído pelo Instituto Desenvolve Pecuária  busca mirar o Uruguai como um dos exemplos para o Rio Grande do Sul. A pecuária gaúcha e uruguaia tem rebanho bovino muito parecido, assim como o clima e o solo. No país vizinho são 11 milhões e 800 mil cabeças e no Rio Grande do Sul 11 milhões 150 mil, conforme levantamento da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). No entanto, o número no nascimento de terneiros é um dos fatores que diferenciam a produção entre o Uruguai e o nosso Estado.

O médico veterinário Fernando Costabeber, associado do Instituto Desenvolve Pecuária e que foi palestrante sobre o tema durante o Fórum da Cadeia da Carne Bovina realizado em julho na Farsul, fala sobre as diferenças e semelhanças entre a pecuária uruguaia e a gaúcha. Segundo ele, apesar de o Uruguai ser um pouco menor que o Rio Grande do Sul, o Estado gaúcho tem uma área agrícola muito maior, porém as pecuárias são muito semelhantes em tamanho. “Os números da Secretaria da Agricultura são informados pelos produtores, enquanto que no Uruguai todo o gado é rastreado. O terneiro recebe um chip em um brinco oficial que está no sistema do Instituto Nacional de Carnes (Inac)”, explica, ressaltando que o órgão público privado foi fundado em 1984 com o objetivo de organizar a cadeia da carne. “A criação do Instituto visou oferecer uma competição justa entre as indústrias frigoríficas com o controle da qualidade da carne e, consequentemente, valorizando e aumentando a produção”, destaca.

De acordo com Costabeber, o Uruguai possui 35 frigoríficos que estão conectados com o Inac e têm o mesmo procedimento de abate com balanças oficiais que medem o peso do animal antes e depois de serem abatidos, além da mesma preparação de toalete da carcaça, onde o produtor é remunerado. Já no Rio Grande do Sul, ele salienta que o Estado tem mais de 100 frigoríficos operando. “Dos 35 frigoríficos uruguaios, 19 exportam para a China. No caso do nosso Estado, temos apenas uma empresa, com três plantas credenciadas, que exporta para a China que é hoje o grande mercado de demanda de exportação do mundo”, observa.

Costabeber coloca também que do ponto de vista racial entre os rebanhos uruguaio e gaúcho há pouca diferença. Afirma que no Uruguai são mais trabalhadas as raças Hereford e Angus, pouco sangue zebuíno, e o Rio Grande do Sul tem mais raça sintética. Na questão de nascimentos é que ocorre uma maior diferenciação. Conforme o veterinário, o Estado gaúcho tem em torno de 5 milhões e meio de matrizes com mais de 24 meses, que deveriam estar em reprodução, mas o número de nascimentos é bem maior no Uruguai,  com basicamente o mesmo número de vacas. “No ano passado, o Rio Grande do Sul  teve 2 milhões 420 mil terneiros nascidos e o Uruguai, 2 milhões 880 mil. São 460 mil, ou 20%, a mais. Se arredondarmos o número para 500 mil terneiros que o Uruguai produz a mais, a R$ 2 mil cada, valor de mercado hoje, isso significa R$ 1 bilhão de faturamento da pecuária uruguaia em relação à gaúcha só na produção de terneiros. É um valor imenso que deixa de entrar em toda a economia do Estado”, sinaliza.

O veterinário aborda ainda a questão da produção de carne. O Uruguai produziu em torno de 688 mil toneladas de carne, mais de 50% em cima da produção gaúcha, que, segundo o Nespro, ficou em 411 mil toneladas, com um rebanho muito semelhante. O valor da tonelada exportada pelos uruguaios em 2021 também foi bastante superior, não só em relação ao Rio Grande do Sul como ao Brasil. “O nosso Estado exportou a tonelada a 6 mil 160 dólares contra 6 mil 860 dólares da média brasileira. Já o Uruguai conseguiu um  valor 20% maior do que a média brasileira, de 7 mil 409 dólares. Em relação às receitas de exportações da cadeia da carne, na comparação com o Brasil, que exportou 9 bilhões de dólares, o Uruguai embarcou um terço disso, 3 bilhões, fora os valores de terneiros em pé, que representaram mais de 193 milhões de dólares. “E o nosso Estado exportou 175 milhões de dólares, um valor extremamente baixo, um pouco mais de 2% do total brasileiro. Portanto, o Rio Grande do Sul é praticamente insignificante em termos de exportação de carne bovina”, salienta Costabeber.

Dentro do contexto histórico, segundo ele, a carne bovina é o principal produto das receitas cambiais e do Produto Interno Bruto uruguaio. Porém, no contexto gaúcho, representa muito pouco, embora o Estado tenha sido no início da década de 80 o grande produtor do Brasil, com cerca de meio milhão de toneladas de carne bovina, ou seja, 25% dos 2 milhões de toneladas produzidas pelo país. Hoje os números brasileiros devem estar perto de 10 milhões de toneladas e o Rio Grande do Sul com pouco mais de 400 mil toneladas. “Como são só estimativas, temos menos de 5% da produção nacional. Então, o Brasil da década de 1980 para cá aumentou em cinco vezes a produção de carne bovina e o nosso Estado diminuiu a sua produção”, finaliza Costabeber.