O Instituto Desenvolve Pecuária, composto por aproximadamente 270 pecuaristas gaúchos, deu um passo significativo para aprimorar a cadeia produtiva da carne ao criar um grupo especializado em cria bovina. Esta iniciativa visa atender a uma antiga demanda dos membros do instituto e manter-se na vanguarda das novas tecnologias e práticas no setor. Quase 100 produtores focados exclusivamente na cria foram reunidos para formar este novo grupo.
Conforme um dos coordenadores do grupo, Celso Jaloto, inicialmente foi organizado um planejamento e cronograma de ações e temas que serão abordados ao longo do ano. Uma pesquisa interna foi realizada para entender as principais necessidades dos produtores. A partir disso, foram elaborados oito tópicos principais, que abrangem desde planejamento reprodutivo até estratégias de comercialização. “Os tópicos incluem técnicas e práticas de manejo, da estação de monta ao desmame, além de novas tecnologias de manejo nutricional e sanitário, e a importância da seleção genética no gado de cria”, explica.
Com a estação de monta se aproximando, o grupo decidiu focar inicialmente na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Para isso, convidaram o professor e doutor Pietro Baruselli, da Universidade de São Paulo (USP), um dos maiores especialistas do país, para discutir o assunto. “O professor Baruselli é amplamente reconhecido, com mais de 300 artigos publicados em periódicos científicos sobre reprodução animal”, destaca.
De acordo com Jaloto, além das palestras e lives, o grupo planeja realizar dias de campo em propriedades que são exemplos de sucesso na criação bovina. “O objetivo é nivelar conhecimentos e vivenciar boas práticas nos mais diversos sistemas produtivos de cria no Rio Grande do Sul”, afirma.
Para o pecuarista, a criação deste grupo representa um avanço importante para a pecuária gaúcha. Jaloto ressalta a relevância da cria bovina na cadeia produtiva da carne: “Quando compramos uma peça de carne no supermercado, seja commodity ou carne gourmet, a produção começou no dia em que uma vaca foi inseminada ou submetida a uma estação de monta com touros melhoradores. Somos produtores de carne e precisamos dar a devida importância ao setor de cria, pois é através dela que tudo começa”, observa.
A expectativa, segundo Jaloto, é de que este grupo traga inovações e melhorias significativas para a pecuária gaúcha, contribuindo para a sustentabilidade e eficiência da produção de carne no estado. “Estamos apenas começando, mas temos uma longa jornada pela frente. Temos certeza de que esta é uma atividade crucial dentro da cadeia produtiva”, conclui.