O presidente do Desenvolve Pecuária, Luís Felipe Barros, lembra que a entidade iniciou o ano participando da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). “Pela primeira vez uma feira eminentemente voltada à agricultura chamou uma instituição para falar sobre pecuária. Isso foi muito importante para nós, porque é posicionamento institucional”, ressalta, colocando que foi uma oportunidade de começar a falar com uma região do estado que é ainda muito voltada para a agricultura. “Essa ação gerou frutos e já houve interesse em realizar parcerias na utilização das pastagens, enfim, novas formas e modelos de negócios”, conta Barros.
Entre as ações desenvolvidas pelo Instituto está a segunda edição de sua convenção para os associados, realizada em Pelotas (RS). Barros destaca que, na oportunidade, para falar de mercado, foi ouvido Leonir Pascoal, do Frigorífico Silva. A entidade também realizou o Segundo Fórum da Cadeia Produtiva da Carne. “Novamente instigamos todos os elos, demonstrando que uma cadeia não se sustenta em pé se todas as partes envolvidas não estiverem com o foco no mesmo objetivo”, salienta.
O presidente do Desenvolve Pecuária relembra, ainda, a Expointer, quando a instituição promoveu um encontro internacional de institutos de desenvolvimento da carne. Conforme Luís Felipe Barros, a promoção da carne gaúcha e os alinhamentos da cadeia somente serão atingidos quando houver uma entidade que pense na pecuária gaúcha 24 horas por dia, a exemplo do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) e do Instituto Nacional da Carne (INAC), com sede no Uruguai. “É fundamental termos uma entidade que pense na pecuária do Rio Grande do Sul e é isso que defendemos. O nosso ponto de provocação e de ação maior em 2023 foi trazer à tona essa discussão que é a criação do Instituto Gaúcho da Carne, para que ele possa promover a nossa carne”, afirma.
De acordo com Barros, a entidade não quer a repetição do que ocorreu este ano em que 53% da carne consumida no estado, segundo dados do Nespro/Ufrgs, veio de fora. “Em 2023 também tivemos uma queda acentuada de preço, especialmente no mês de agosto, onde chegou a refletir 50% de deságio entre um ano e outro. E nós queremos trabalhar efetivamente, de forma estratégica, para que mesmo que os ciclos pecuários ocorram, as quedas não aconteçam de uma forma tão acentuada”, pontua o dirigente.
Barros reforça que o Instituto também trouxe aos pecuaristas gaúchos neste ano cenários para o setor entender o que é esperado para 2024. Cita uma das ações da entidade, nesse sentido, quando representantes do Frigorífico Minerva apresentaram um modelo de negócio um pouco distinto e que “talvez seja impactante para os pecuaristas do Estado”. Ele lembra, ainda, que foi ouvido o coordenador do Nespro/Ufrgs, professor Júlio Barcellos, que apresentou um cenário onde não vai haver uma elevação acentuada do preço do boi, mas, pelo menos, uma estabilidade, com quedas normais de entressafra. “E, segundo o professor, para o final do ano deve haver uma pequena melhora no preço do boi, assim como em relação à finalização deste ciclo da pecuária, onde em 2023 foi percebido de forma mais destacada um maior abate no número de fêmeas”, informa.
Luís Felipe Barros projeta que 2024 será um ano para o Desenvolve Pecuária trabalhar menos a parte institucional e mais a parte estratégica. “A nossa presença na Expodireto Cotrijal já está confirmada e seguiremos lutando pela criação do Instituto Gaúcho da Carne, principalmente para promoção da carne do estado, ainda mais agora que estreitamos relacionamentos com entidades do setor e com o governo estadual”, conclui.
Texto: Rejane Costa/AgroEffective