Censo realizado pelo Instituto Desenvolve Pecuária demonstrou que os associados da entidade representam a diversidade das propriedades rurais do Rio Grande do Sul. O trabalho apresentado neste mês de janeiro iniciou em setembro de 2023 com as primeiras definições das variáveis, aplicação em outubro, seguindo as etapas de análise e feedback para a diretoria nos meses seguintes.
De acordo com a cientista de dados e engenheira agrônoma Elisia Corrêa, responsável pelo Censo, que também contou com a participação do presidente da entidade, Luís Felipe Barros, além de outros associados, o trabalho foi dividido em três partes. A primeira com perguntas com variáveis para caracterizar o perfil do associado, a segunda visando o relacionamento com o Instituto e a terceira parte em relação à propriedade. Participaram do levantamento 209 do total de 270 associados.
Para identificar o perfil do associado, conforme Elisia, foram levadas em consideração a profissão, em qual município reside, faixa etária e número de filhos. “Sobre a residência, os membros do Desenvolve Pecuária estão bem distribuídos no Rio Grande do Sul, atingindo 79 municípios”, informa a especialista, destacando que, segundo o presidente da entidade, o objetivo de alcançar uma área de atuação maior no Norte do estado ficou demonstrado neste levantamento em relação ao censo de 2022. “Porém, a maior concentração é em Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Bagé e São Gabriel”, salienta.
O levantamento identificou a presença dos associados em uma área de 330,37 mil hectares, com rebanho de 246,18 mil cabeças. As propriedades estão distribuídas em 79 municípios e se dividem entre pequenas, 11 hectares, e grandes, 20 mil hectares. Dentro deste cenário, 50% são maiores que mil 194 hectares e 50% são menores que esse valor, portanto, a variabilidade do grupo é muito alta.
Elisia observa que uma elevada variabilidade também ocorre em termos de rebanho. “O valor médio é de mil 271 cabeças, mas têm associados com 35 cabeças e outros com 13 mil e, por isso, precisamos trabalhar com uma mediana (por ser uma medida descritiva que não é influenciada por valores extremos como a média) que representa mais o nosso conjunto de dados”, enfatiza.
Na questão das áreas de atuação das propriedades, o Censo demonstra que está bem dividido, com 27,38% trabalhando com recria, 28% com engorda e terminação, 20,05% com ciclo completo e 20% na cria. “Portanto, os associados do Instituto estão presentes nesses quatro grandes setores da pecuária”, coloca Elisia, destacando que é possível perceber que tanto a recria quanto as outras áreas também estão bem distribuídas, “mas se consegue identificar quais são os municípios em que essas atividades são maiores e a engorda é uma categoria com maior participação dos associados”.
Outro dado apresentado pelo levantamento mostra que 50% das propriedades empregam menos de quatro funcionários e 50% empregam mais de quatro funcionários, e que 82,9% dos associados são proprietários, além de que 27,75% estão em uma sucessão familiar. Foi constatado, ainda, que estão representadas dentro do quadro de associados do Desenvolve Pecuária 33 profissões, sendo a maioria formada por engenheiros agrônomos, médicos veterinários, pecuaristas, agropecuaristas e produtores.
O censo levou em consideração também fatores como a relação do associado com a entidade, como presença em eventos, visualização dos materiais do Instituto e participação em rodas de conversas. Elisia Corrêa ressalta que o assunto mais solicitado pelos associados para ser colocado nos eventos do Desenvolve Pecuária foi mercado. “Esta demanda foi atendida pelo Instituto”, pontua.