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O Instituto Desenvolve Pecuária realizou painel, nesta quarta-feira, 9 de setembro, com o tema “Gestão na Pecuária de Corte: A informação como insumo”. O evento ocorreu na casa da Federacite, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), com três palestrantes. Rogério de Melo Bastos, da R&S Training Rural, falou sobre “Gestão Econômico Financeira na Pecuária de Corte”. O professor Júlio Barcellos, do Núcleo de Estudos em Sistema de Produção de Bovinos (NESpro-Ufrgs), abordou “A aplicação da informação na gestão da pecuária de corte”. E Roberto Grecellé, da Prado Estratégias para Agronegócios, debateu “O (novo) perfil do pecuarista brasileiro”.

O painel contemplou um tema que o Desenvolve Pecuária sempre tratou, que é a gestão da informação, salientou o presidente da entidade, Luis Felipe Barros. “As palestras abordaram exatamente o que é falado desde o início da formação do Instituto. Elas trouxeram a informação como insumo, a questão da estratégia, do planejamento e a possibilidade de ter melhores resultados”, enfatizou, desejando que todos que acompanharam, possam ter levado “um algo a mais dentro da sua concepção de vida e de produtor rural”.

Bastos iniciou o debate trazendo três ferramentas básicas, necessárias e essenciais para se fazer uma boa gestão econômico-financeira de uma propriedade rural: balanço patrimonial, demonstrativo de resultados e fluxo de caixa. Por meio delas, é possível identificar e projetar resultados. “Os produtores precisam se apropriar da ciência econômica para tomarem decisões. A pecuária está num momento maravilhoso, mas também arriscado, pois, na ânsia de fazer mais e melhor, pode-se assumir compromissos financeiros além do que seria recomendável”, alertou.

Na parte da “Aplicação da informação na gestão da pecuária de corte”, o professor Júlio Barcellos enfatizou que, hoje, todas as decisões tomadas pelo setor pecuário estão baseadas em dados e informações. Em sua palestra, o foco principal foi como o produtor pode se apoiar a partir da informação que recebe, seja do mercado, da saúde dos animais ou formas de produção, para tomar decisões que lhe tragam os benefícios produtivos e econômicos necessários. “O usuário da informação precisa ter a capacidade de qualificar se aquela informação tem uma boa fonte, uma reputação, porque em tempos de redes sociais, todos formam opiniões que se transformam em informações”, observou.

Barcellos disse, ainda, que nem toda a informação que chega ao produtor é aproveitada. Colocou que é preciso ter cuidado com notícias soltas, sem aplicabilidade. “Às vezes, o produtor pode tomar uma decisão equivocada se a sua fonte de informação não for a mais adequada e precisa. É necessário filtrar”, colocou, afirmando que é fundamental saber interpretar a infomação, que é a base do planejamento.

Já Grecellé traçou um perfil do pecuarista de sucesso no Brasil, apontando caminhos e tendências. De acordo com ele, têm êxito aqueles que se dedicam a compreender o mercado, os que se abriram para o mundo, os que buscam conhecimento em diferentes áreas e convivem com tipos de pessoas diversas. “Fazer pecuária ficou complexo, não é negócio para amadores. É preciso, hoje, aproveitar as oportunidades para aprender com os outros”, enfatizou, acrescentando que o mercado mudou, o público mudou e que a oferta de carne vai além do simples alimento. “Envolve valores e pautas sustentáveis, consumidores exigentes”, explicou. Ainda assim, para Grecellé esta nova pecuária está recém começando e há muito trabalho a ser feito. “É preciso que os produtores vão além da previsão climática e busquem informações sobre competitividade financeira, organização da fazenda, técnicas produtivas”, ressaltou.

No início da palestra, o presidente do Conselho de Administração do Desenvolve Pecuária, Ricardo Giuliani, fez uma saudação, colocando que a informação hoje é o maior insumo e “aquele que não colocar esse insumo na sua propriedade, não irá colher”. Também se manifestaram os presidentes da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, e da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia.